Notas sobre o Aspecto Instituinte Da Vida Social.
Sumário
O Mundo Dos Valores e as Condutas Efervescentes. 1
O Espontaneísmo Social E Coletivo. 2
As Condutas Coletivas Efervescentes. 2
O Caráter Racional Dos Símbolos. 3
O Conflito Imaginado Do Indivíduo E Da Sociedade. 4
A Noção Antidogmática De Mumificação Do Discursivo. 6
Etiquetas:
Comunicação, crítica, história, ideologia, relações humanas, sociologia, século vinte, mundo dos valores, símbolos sociais, estrutura, mudança, fossilizações, estandardização, condutas efervescentes, sociólogo.
Abstract
Fundamental em sociologia, como aporte às ciências humanas, é seu modo especial de estudar o mundo das ideias e valores, como indispensáveis às obras de civilização (moral, direito, conhecimento, educação), e como a camada da realidade social que é posta em perspectiva sociológica.
O Espontaneísmo Social E Coletivo
O mundo das ideias e valores provoca a coincidência dos quadros de referências lógicas e de referências estimativas, por um lado, com os quadros sociais, por outro lado. Basta notar que, na prática científica, as dimensões observacionais de qualquer modelo de verificação dos determinismos, por exemplo, sofrem a influência da linguagem seletiva de quem o aplica, com as influências sócio históricas se fazendo sentir por meio dessa linguagem.
Desse modo, diferenciam-se as correlações funcionais entre as ideias e valores que aspiram à validade – notadamente os valores que entram em foco nas dinâmicas espontâneas das avaliações coletivas – e os tipos sociais, em especial os tipos de estruturas sociais. Lembrar, por exemplo, a confiança do homem no humano, como foco irradiador nas correlações observadas nos tipos de sociedades que dão à luz o capitalismo, nos séculos XVII e XVIII, e explicam o Iluminismo.
Um mundo de ideias e valores é descoberto por trás das condutas, das atitudes, dos modelos, dos papéis sociais, inclusive por trás dos símbolos sociais e suas esquematizações cristalizadas em nível dos aparelhos organizados, fato esse que torna indispensável tomar em consideração esse mundo de ideias e valores no estudo das ambiências de relações humanas e sociais.
Tanto mais que essas relações humanas, em sentido ampliado, ultrapassam as suas esquematizações estabelecidas em modelos de êxito e distribuição de vantagens, e cobram consequências nas condutas efervescentes, as quais, diferenciadas na formação de um sentimento coletivo, muitas vezes afloram em reuniões, assembleias, debates, seja no âmbito das empresas e aparelhos organizados, seja em nível de agrupamentos de localidades e demais agrupamentos funcionais [i].
As Condutas Coletivas Efervescentes
Para o sociólogo não há criação de um simbolismo novo sem a afirmação de ideias e valores que dão a motivação e, mais que isto, geram a inspiração para as condutas coletivas efervescentes, iluminando-as para que favoreçam a reestruturação; tornando-as forças luminosas e não “correntes cegas”, contrariando os que resistem à mudança pelo espontaneísmo social e coletivo.
Nota que essas condutas efervescentes, quando afirmadas pelos Nós-outros das comunhões ativas ou ativistas (como o são as diversas seitas ou grupos sectários de diversas filiações religiosos, culturais, políticos, espiritualistas, pacifistas, naturalistas, ecologistas, naturistas, preservacionistas, humanistas, filantrópicos, socialistas, comunitaristas, etc.), manifestam a sua independência em relação aos símbolos, afastando-os, destruindo-os, substituindo-os por criações novas (notadamente em conjunturas ou situações de transição, seja em escala global ou no interior de grupos e de classes sociais), e isto geralmente sendo afirmado contra os aparelhos organizados.
Desta sorte, cabe ao sociólogo examinar as significações práticas encaradas, vividas ou desejadas pelos sujeitos – quer tais significações impliquem comportamentos, gestos, modelos, papéis sociais ou atitudes coletivas – para solucionar a questão do que exatamente as exteriorizações ou manifestações coletivas recobrem. E só se chega a essa resolução mediante a interpretação das ideias e valores ali implicados, quer dizer, pela aplicação das correlações funcionais que caracterizam a existência do mundo das ideias e valores na realidade social – por via das quais, enfim, se alcança o psiquismo coletivo, o plano dos atos e estados mentais, o nível das dinâmicas espontâneas das avaliações coletivas, das opiniões, carências, satisfações, esforços, sofrimentos e ideais.
A Função Simbólica
Em sociologia não é necessário que todos os símbolos sejam generalizados e estandardizados; não é necessário que estejam ligados a modelos mais ou menos cristalizados ou fixados de antemão: há um simbolismo singular e espontâneo que em circunstâncias particulares pode tornar-se importante, e que está próximo das condutas coletivas efervescentes, inovadoras e criadoras, tanto quanto vem a ser afirmado em relação ao plano das ideias e dos valores, simbolismo espontâneo que está igualmente próximo da apreensão coletiva direta, não mediatizada pelos símbolos sociais [ii].
Quer dizer esse simbolismo espontâneo e inteiramente singular está na proximidade dos atos mentais coletivos, incluindo as intuições intelectuais, emotivas, voluntárias, as quais são vividas ou experimentadas pelos Nós-outros, grupos, sociedades globais, por via das quais, como sabe, o plano dos valores e ideias revela-se eficaz.
O Caráter Racional Dos Símbolos
Os símbolos são presenças intencionalmente introduzidas e invocadas para indicar carências, tornando de tal sorte reconhecida a “expressão-signo no símbolo”. Aliás, é a essa expressão-signo que se refere o aspecto de inadequação, que a função simbólica compartilha com o seu sentido de instrumento de participação ou de impulso para a participação direta no significado [iii].
Cabe lembrar que ao constatar o signo no símbolo não se exagera sobre o conhecimento de que a maior parte dos símbolos adquiriu por etapas nos tipos mais recentes de sociedade um caráter completamente racional, não tendo mais o aspecto místico original da esfera simbólica (originariamente a esfera simbólica surge ligada às crenças no sobrenatural, religioso ou não.).
Vale dizer, a sociologia não tira do fato desse caráter racional, adquirido através dos tipos de sociedade, a conclusão de que os símbolos se tornaram simples signos, simples indicativos da ação ou do comportamento: a sociologia repele nessa hipótese exagerada da preponderância total dos signos [iv] a consequente redução na intensidade do caráter de instrumento impulsionando para a participação direta no significado, caráter próprio aos símbolos.
Lembra que, em sociologia, a autonomia do significado é relativa e só se afirma na dependência ao fenômeno social total, de tal sorte que o avanço na racionalidade tem igualmente seu critério nessa dependência.
Nota que a referida participação direta no significado pode ela própria tomar um caráter racional e natural e não levar os símbolos em modo algum a se tornarem veículos de misticidade [v].
Tomando o exemplo de uma investigação científica em equipe onde prevalece o apelo à descoberta, nota-se que a participação consciente em diferentes níveis no ser social, ou na criação coletiva intelectual, não inclui o elemento místico.
O Conflito Imaginado Do Indivíduo E Da Sociedade
A análise sociológica passa em crítica certos procedimentos habituais da psicologia social do século XX que são aplicados em maneira geral. Como é sabido, frequentemente se considera a vida psíquica do ser humano a partir da expressão exterior, dos aspectos físicos e materiais que o indivíduo e a sociedade ambos apresentam. Sem dúvida, essa expressão exterior alcança o indivíduo.
Não há negar o fato de que os indivíduos e as sociedades estão sob o domínio dos hábitos, do costume, dos ritos, das práticas, dos modelos, dos símbolos estandardizados e que essa expressão exterior constitui uma espécie de crosta da sua atividade, mais ou menos arrefecida e tornada rígida.
Nada obstante, deve-se advertir, igualmente, ser fato que indivíduo e sociedade, tanto um quanto o outro podem entrar em efervescência, penetrar através dessa carapaça mais ou menos rígida, agir, lançar-se em condutas inovadoras e criadoras.
Em realismo sociológico, o indivíduo e a sociedade são analisados no mesmo plano de tal sorte que a suposta oposição de um ao outro revela-se um conflito imaginado, e se reduz a uma tensão entre os níveis em profundidade, neste caso, mostrando uma tensão entre os modelos do individual e os modelos do coletivo, incluindo a tensão entre os modelos estandardizados e as condutas efervescentes, a qual é observada tanto na vida social quanto na vida individual.
É a montagem dos conflitos do indivíduo e da sociedade, o procedimento adotado quando o psicólogo social toma por ponto de partida não o desestruturante, mas o aspecto estruturante da sociedade, o aspecto do costume, dos ritos, das práticas e dos modelos e inadvertidamente, tomando-os em seu conjunto como outro, lhes contrapõe o indivíduo, considerado em uma conduta de efervescência criadora, isto é, o indivíduo que inova, que inventa, que cria.
Sem embargo, à margem dessa montagem a contemplar imaginativamente uma oposição inexistente entre diferentes níveis em profundidade da realidade social, a análise em realismo sociológico põe em relevo o fato de o indivíduo poder estar em paralelismo com a sociedade, aquém de qualquer conflito que os oponha um ao outro.
Quer dizer, considerado no mesmo plano, o indivíduo pode estar por seu lado tão submetido às suas próprias obras, às suas próprias práticas, aos seus próprios modelos e símbolos cristalizados (os modelos de conduta individual), quanto a sociedade pode estar submetida aos seus (os modelos de conduta coletiva).
Por consequência, diante da constatação de um paralelismo, o suposto conflito do indivíduo e da sociedade ou a oposição de um e de outro revela-se um conflito imaginado, o qual, em realidade, sendo adotado o procedimento metodológico adequado de confrontá-los no mesmo plano, se reduz a uma tensão entre os níveis em profundidade, neste caso mostrando uma tensão entre os modelos do individual e os modelos do coletivo, incluindo a tensão entre os modelos estandardizados e as condutas efervescentes, tensão esta observada tanto na vida social quanto na vida individual.
Tendo em conta que a tecnificação dos controles sociais levando a um mundo administrado é intensificada nos ambientes de cultura de massas, o sociólogo reconhece a validade dos estudos da estandardização característica dessas ambiências, sendo a considerar o interesse sociológico da crítica da cultura ao investigar através da estandardização os vários aspectos da desmitologização, ligados ao mundo da comunicação social. Tanto mais porque o sociólogo constata a improbabilidade de uma noção tecnológica do conhecimento como separado das mitologias sociais.
Um dos principais postulados da crítica da cultura afirma a destruição da identidade da experiência do sujeito, de tal sorte que, em uma relação de comunicação social, torna-se bloqueado o quid especial e particular que o narrar significa.
Tal a situação crítica acentuada no século XX: as peripécias e as aventuras se generalizaram, já são conhecidas. A impossibilidade em narrar algo individual é atribuída por T. W. Adorno [vi] ao fenômeno da estandardização, o Sempre Igual da produção em massa, como marca do mundo administrado em que se impõe a relação de comunicação social [vii].
A Intervenção Do Sociólogo
Seja como for, deve-se reter que a teoria sociológica é elaborada com o recurso da dialética[viii] para a intervenção do sociólogo e demais profissionais das ciências humanas que em suas atividades sociais regulares se relacionam ao aspecto instituinte da vida social, como as condutas efervescentes que muitas vezes emergem nos diálogos, debates, reuniões, assembleias, etc.
A existência dos conflitos reais entre os aparelhos organizados, as estruturas propriamente ditas e, enfim, a vida espontânea dos grupos desenvolveu a percepção sociológica que relativiza os controles sociais.
Vale dizer, não se pode preservar o conceito de instituição como práxis e coisa, como maneiras de ser e jeitos objetivados de se ver e aí desconhecer a dialética: os atos individuais ou coletivos não se deixam reduzir à objetivação nos conteúdos ou obras de civilização – o direito, a moral e o conhecimento variam em função dos quadros sociais.
E, mais do que as mudanças estruturadas, são exatamente as variações na realidade social que o sociólogo busca e a sociologia explica.
Na mirada pró-atuação, nossa disciplina põe em relevo as linhas de intervenção positiva para o reconhecimento do individual e para o enriquecimento da vida social dos grupos, pela descoberta da realidade social.
A Noção Antidogmática De Mumificação Do Discursivo
Neste sentido sobressai o aproveitamento da noção antidogmática de mumificação do discursivo [ix] que inclui a “interiorização das normas” como obstáculo à capacidade instituinte, tornando problemático o termo instituição, deste ponto de vista considerado demasiado estreito. Além disso, autores igualmente praticantes da mirada desdogmatizadora adotaram a recusa da aplicação sociológica de “instituição“, como termo cristalizado que se limita a designar o instituído, a coisa estabelecida, as normas já presentes, o estado de fato confundido ao estado de direito, tornando desse modo cada vez mais escondido o aspecto instituinte da vida social [x].
É claro que se trata de aprofundar nas “fossilizações sociais”, já constatadas nas análises de Saint-Simon, e, a partir dele, constituem, através da noção gurvitchiana de mumificação do discursivo, um conceito sociológico abrangendo a psicologia coletiva na sociologia, tendo serventia para verificar justamente os obstáculos à percepção das transformações no interior das estruturas.
Como se sabe, na Phyisiologie Sociale há um trecho definindo as fossilizações sociais como obstáculos ao progresso social e bloqueios à percepção da própria mudança que a atitude afinada com as mudanças deve conhecer não tanto como o seu contrário, mas como seu desafio. No dizer de Saint-Simon, trata-se daqueles entraves observados em um estado coletivo de melancolia e depauperação que conduz ao desaparecimento da vida social à medida que (a) – inibe de resolver-se por um regime ativo, e (b) – corresponde a uma atitude de repugnância à mudança consentindo em grandes sacrifícios para preservar as coisas tais quais são e as fixar em maneira invariável no ponto onde elas se encontram.
Saint-Simon se refere a tal estado como uma corrente de opinião estacionária, melhor, estagnada, de natureza puramente passiva, e nostálgica de uma forma de governo equiparável àquelas que duraram tantos séculos sem experimentar nenhum estremecimento geral, como houvera durado o “Ancien Régime”.
Segundo Saint-Simon, tal estado de fossilização sendo referido ao Ancien Régime se mostra sempre pronto a reter e fixar o que é sobrevindo, para perpetuar o que existe, impelindo à vigília de um esforço inútil os que têm afinidade com as mudanças [xi].
Desta forma, nas fossilizações sociais somam-se as cristalizações dos modelos e a dogmatização das normas que os reforçam. Daí a importância da desdogmatização do saber para o sociólogo em sua busca das variações na realidade social.
Nada obstante, vê-se igualmente que a compreensão do progresso social como horizonte da sociologia inscreve-se na reflexão de Saint-Simon caracterizando-a como pesquisa dos obstáculos à modernização, de tal sorte que não somente seria válido admitir uma atuação ou intervenção do sociólogo, mas o iniciante em nossa disciplina poderia sentir-se estimulado a sugestionar-se que a intervenção do sociólogo visa acelerar o progresso das mudanças.
Essa inferência seria justa se o obstáculo assinalado nas fossilizações sociais fosse predominantemente de ordem da morfologia social ao invés de revelar-se em meio à trama do organizado e do espontâneo.
Menos destoante seria a sugestão de que o sociólogo busca ultrapassar o conformismo, haja vista em Saint-Simon a repugnância à mudança como a atitude que melhor corresponde às fossilizações sociais.
Na verdade, indo ao fundo da modernização, o que Saint-Simon investiga nas fossilizações sociais e que posteriormente veio a ser designado por mumificação do discursivo são os obstáculos à permanência da vida social em mudança permanente. Sendo sociólogo, visou esclarecer, nesse seu escrito publicado, uma situação penetrada por certo estado coletivo estacionário, estagnado, passivo, a colocar em risco o fluxo da sociabilidade e, por isso, apreendido como obstáculo.
Portanto, só é legitimo falar de intervenção do sociólogo unicamente em consideração de sua atividade intelectual docente, como publicista, orientador ou aconselhador, posto que, com sua mirada treinada para não sublimar os obstáculos à percepção da realidade social, o sociólogo intervém para esclarecer e desanuviar as situações complexas em meio à trama e tensão do plano organizado e do espontaneísmo social, inclusive em escala microssocial e no âmbito dos agrupamentos sociais particulares.
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Notas
[i] Há seis espécies de agrupamentos funcionais, seguinte: (1)- os agrupamentos de parentesco : clã, família doméstica, família conjugal, lar, etc.; (2)- os agrupamentos de afinidade fraternal , que são fundados sobre uma afinidade de situação, compreendida aí a situação econômica, mas que também podem ser fundados sobre uma afinidade de crença, de gosto ou de interesse: por exemplo: os agrupamentos de idade e de sexo , os diferentes públicos, os agrupamentos de pessoas tendo os mesmos rendimentos ou fortunas; (3)- os agrupamentos de localidade : comunas ou comarcas, municipalidades, departamentos, distritos, regiões, Estados; (4)- os agrupamentos de atividade econômica, compreendendo todos os agrupamentos cujas principais funções consistem em participação na produção, nas trocas, na distribuição ou na organização do consumo; (5)- os agrupamentos de atividade não-lucrativa, como os partidos políticos, as sociedades eruditas ou filantrópicas, clubes esportivos, etc.; (6)- os agrupamentos místico-extáticos , como as igrejas, congregações, ordens religiosas, seitas, confrarias arcaicas, etc.
A escala dos agrupamentos funcionais, cujas espécies acabamos de enumerar, é posta em relevo como sendo privilegiada e formando os pilares das sociedades. Constituem não só o pilar das sociedades globais de todo o tipo, mas também o de toda a estrutura social do conjunto. Todavia, é do fato de que os agrupamentos mudam de caráter em função dos tipos de sociedades globais em que se integram, como já o dissemos, que se pode falar de tipos de agrupamentos, e de que estes tipos são mais concretos que os tipos microssociológicos, são mais concretos do que a Massa, a Comunidade, a Comunhão, as relações de aproximação, as relações de afastamento, as relações mistas. Quer dizer, os tipos de agrupamentos são mais submetidos às condições históricas e geográficas; são mais dependentes dos tipos de estruturas globais em foco na estrutura social do conjunto, em que ora formam blocos maciços, ora se dispersam, sofrendo de maneira manifesta os efeitos do modo de operar da sociedade global.
[ii] Exemplos desse simbolismo propriamente social são afirmados em correntes espontâneas religiosas, culturais, políticas, espiritualistas, pacifistas, naturalistas, ecologistas, naturistas, preservacionistas, humanistas, filantrópicos, socialistas, comunitaristas, etc. A capacidade eventualmente atribuída aos meios de comunicação, em poucos casos, em criar públicos específicos, que são agrupamentos sociais particulares a distância, e não restar simplesmente como reflexos de quadros sociais com demandas previamente fixadas, deve ser referida à existência do simbolismo propriamente social e suas correntes espontâneas.
[iii] Ver capítulo sobre os símbolos sociais em: Gurvitch et al.: “Tratado de Sociologia-vol. 1“, op.cit.
[iv] Nessa hipótese exagerada acredita-se que os sistemas simbólicos “engendram o sentido e o consenso em torno do sentido” por meio de alguma lógica, e se deixa de lado a pesquisa sociológica fundamental do sentido da esfera simbólica ela própria, como setor da realidade social.
[v] Já notamos esta característica racional quando Cassirer liga o progresso da cultura à diferenciação entre coisas e símbolos, com a distinção entre realidade e possibilidade tornando-se mais pronunciada.
[vi] Adorno, Theodor W.: Notas de Literatura, tradução de Manuel Sacristán, Barcelona, Ed. Ariel, 1962, 134 pp.
[vii] A sociologia da literatura fornece amplo material sobre a problemática psicossociológica da tensão entre o estandardizado e o espontâneo no mundo da comunicação social ao século XX. Ver: Lumier, Jacob (J.): A Utopia Negativa, Madrid, Bubok, 2010, 148 págs. http://www.bubok.es/libros/210606/A-Utopia-Negativa2-edicao-modificada
[viii] Ver artigo anterior sobre a dialética dos conjuntos em sociologia.
[ix] Ver: Gurvitch, Georges (1894-1965): “Dialectique et Sociologie”, Flammarion, Paris 1962, 312 pp., Col. Science. Op. cit.
[x] Ver: Lourau, René: ‘A Análise institucional’, tradução Mariano Ferreira, Petrópolis, editora Vozes, 1975, 296 pp. (1ª ed. em Francês: Paris, ed. De Minuit, 1970). Ver: Gabel, Joseph: “Sociología de la Alienación”, trad. Noemi Labrune, Buenos Aires, Amorrortu , 1973, 225 pp. (1ª edição em Francês, Paris, PUF, 1970)
[xi] Ver “La Physiologie Sociale, págs. 53/55. http://classiques.uqac.ca/clasiues/saint_simon_Claude_henri/physiologie_sociale/physiologie_sociale.html